terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Estilhaços



Eu amo?!!!

Nas plagas secas sinto arder o desejo e a esperança.
A loucura e a temperança se tornam companheiras no silêncio.
Silêncio mutante? Silêncio sinistro?
Silêncio como arcabouço do desespero amigo.

Eis o excremento! A amargura e o arrependimento.
Onde está aquela que amei? Onde está aquela que amo?
No silêncio imperturbável pus meu coração em tuas mãos!...
E o ode de teu horror, hoje me enoja a lembrança.

Pus confiança na fragilidade, e arranjei um torpor podre.
Eu tinha luz... achava que não tinha luz!
A luz que você me deu hoje é treva!
Treva tão densa que a rosa que te ofertei, me traz o gosto do catarro!

Qual a razão de tua existência em minha vida?
Tentei confiar na emoção e na alegria de te ter só minha..
Porra, não quero te sentir! Nem desejar tua esnobe eloquência.
Vai pra merda!

A doce canção está aqui! O meu epitáfio está aqui!
A minha xicará de café está aqui!
E o café tá quente...
A fascinação continua!
Estilhaços do coração, procurando alguém que possa juntar os pedaços...
O poema continua, poema que brota do sangue
e da vontade da viagem ao encontro do coração...
É a partitura do amor que ainda se faz presente,
com o café muito quente,
tão eloquente quanto o dilúvio do sentimento sem excremento.

Eu amo, amo, amo e também sei odiar!
Mas acima de tudo amo!