sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

E o Rock in Rio...








1985. 26 anos se passaram desde a primeira edição do Rock in Rio, e em breve teremos mais uma edição desse festival que marcou o Brasil musicalmente no mundo.


Nostalgicamente, lembro de ver na televisão os jornais passando matérias e alguns especiais que rolaram com os melhores momentos do evento. Tinha apenas 09 anos, estava curtindo férias escolares, com meus primos da capital cearense, que sempre vinham para o interior brincar, e, mesmo sem entender e nem conhecer rock, o que me chamou bastante atenção foram as performances do Queen, AC/DC, Paralamas do Sucesso, Nina Hagen, Iron Maiden, Barão Vermelho, James Taylor, Yes e Scorpions.










Particularmente, com 09 anos, era um garoto que queria ser radical! kkkkkkkkk

Umas performances loucas que realmente marcaram, sendo o sine qua non da coisa, foram os metaleiros, o próprio nome "metaleiro" (alardeado pelo TV Globo, através da jornalista Glória Maria), me marcou bastante... escrevia sempre em meu caderno na escola, desenhando o nome, como uma coisa bem radical.

O Rock in Rio, aconteceu em uma época especial, pois o Brasil havia recentemente saído de uma ditadura que havia se mostrado implacável, e, o rock se mostrou como essencial para que os jovens ousassem no caminho novo a tomar. E daí, surgiram inúmeras bandas, outras conseguiram seu espaço na mídia, o punk e o heavy metal, foram ganhando o underground e o jovem se identificando, através dos fanzines, se discutia rock, poesia, política, sexo...


2011. Um novo Rock in rio está chegando, a expectativa é enorme e, graças a este evento, a atual geração, mesmo que não compreenda, foram de certa forma agraciados direta ou indiretamente, pelo legado desse festival, e se hoje se denominam headbangers e/ou metaleiros, em muito devem as portas que o festival abriu.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Algoz























Letal, esse cheiro de coca...
a carniça que soçobra na caatinga,
e as plantas que já não possuem cor,
estão ávidas pelo líquido vital.

Se o odor bestial, massacra a via nasal,
o que exala da tua via bucal é semelhante à esfincter.


Quente,
o sol castiga...
e o sertão vai virar mar, repleto de vida!


Latente,
como a oração desnuda,
a indumentária que veste sobre o corpo marcado,

estigmatizado pelas cicatrizes produzidas pela tua algoz mão.
Mão que empunha o chicote, a brasa, o cinzel...



Letal, esse cheiro de coca...
soçobrar em companhia da carniça,
e a avidez pelo líquido...
a brisa que sopra as folhas sobre meu epitáfio.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Vernáculo sentimental














É como verme transmorfo, que transformo o teu hálito mofado.

Estava enfrentando a amargura, por sentir tua força numa clausura,
e quando menos esperei, encontrei o fim do presságio que torturava.

Que presságio provocava dor, e maculava o sentimento puro?
O pão alimentava, o pão faltava, o pão mofava...
E tua boca beijava, e cada vez mais almejava teu lábio úmido.

É a idéia repentina que alimenta o verbo inaudito, calado.
Da panacéia que aguardo, não vejo sinal, percebo dor, tortura.
E tua voz rouca ecoa nos pontos cardeais, a certeza que me amava.



Tira a porra da palavra da boca, chora teu coração impuro,

como pão duro, velho, joga fora essa mazela.
E sentirás o amor mensurado, na ferida de teu sentimento funesto.


Tira a roupa, mostra teu corpo nu e vem satisfazer o encanto perdido.

Bebe de meu café quente. Deixa a língua queimar com a nova emoção.
E só assim então, sentirás e saberás que o lugubre lamento
já não tem vez no sentimento...


O excremento recheado no lábio purulento não possui mais o sabor pútrido!

Meu coração descobriu um novo encanto...
Não sei quem inventou o amor,
apenas sei que hoje ele é reinventado.