quarta-feira, 27 de abril de 2022

Quisera...

 




Quisera ateu, convergir na ausência da letargia.

Quisera rezar sem crer, e conseguir verborragir vileza, indubitavelmente.

Quisera o endorcismo da matéria espiritual, qual fecal.

Quisera a letargia e congestionar o sabor da fé. Qual o sabor?


Quisera... e quisera ser luto e alegria recôndita.

Quisera gozar com os lastros da lembrança, da volúpia.


Quisera ateu, imprimir o modus operandi de minha liturgia.

Quisera observar obcecado o ritual do sexo espiritual.

Quisera a pluralidade da pornografia na cabeça do pau.

Quisera encontrar o santo ateu, tão meu, tão incólume.