quinta-feira, 19 de maio de 2011

Maldito...






















Porque escrever o que não será lido?

Porque ler o que não é escrito?
Uma indumentária que não combina com a alma.
Uma forma de gritar, mesmo que não seja ouvido.

Estive a espera de teu sorriso e recebi o escarro como recompensa.
Recompensa?!!! O que fiz pra merecer essa soberba?
Porque escrever o que não será lido?
Os sinos dobram e ninguém quer escutar.
Os sinos chamam e ninguém quer atender.

Estou lendo palavras inexprimíveis, e elas não chegam a ninguém.
Estou de atalaia e o momento oportuno, arranca de meu peito o tormento soturno.
Encontro a amiga morte, que apetece meus ouvidos com a idéia fatídica.

Porque escrever o que ninguém quer ler?
Porque exprimir versos para um público sarcástico?
Amiga morte, diga se sou mau dito.
Me revele o que é ser maldito.
E neste flagelo que experimento, dá-me o singelo amplexo, e retira de mim o odor das flores que vão enfeitar meu jazigo!