Excrecência
Uma excrecência masturbatoria.
Um ode à insolência.
Um hino à devassidão.
Um louvor ás litânias orgíacas.
Venha Baco.
Do lado certo da vida errada
Do lago
Metade de mim é poesia, a outra é putaria.
sexta-feira, 8 de novembro de 2024
Excrecência
terça-feira, 5 de novembro de 2024
Absolvição
Absolvição
E não rezei, não encontrei meu ode, meu louvor, meu temor.
Na pressa, não fiz a prece, e o vazio incólume fez-se inerte.
E repilo metade do que sou, do que fui, do que ainda serei e do que nunca alcançarei.
E diante de mim, não sou único, sou vazio... Lembrança do que fui, apenas.
Sem admiração, sou passado. "NO que você se tornou." O que fui, fluiu.
Que me desaproprio da esperança, e o temor faz orgia em mim.
E não rezei, e não encontro absolvição, não encontro a demanda sutil.
... e meu pretérito, me revela, que sou digno do ínsólito prazer.
Apenas...
quarta-feira, 9 de outubro de 2024
Silencio...
Jaz o silencio.
Silêncio como aperto.
Silêncio como vulcão.
Jaz o som inaudito.
Silêncio que grita e corta qual navalha afiada.
Jaz o silêncio sepulcral.
Silêncio que é soneto inexiste no jazigo.
Jaz o silêncio, jaz o vulcão.
Jaz o maldito inaudito.
Silêncio velado, como um museu fechado.
E o sinuoso silêncio traz respostas mau ditas.
E a ninguém foi concedido o direito de enxergar a palidez no rosto do silêncio.
segunda-feira, 12 de agosto de 2024
Lost Prayer
Que tenho uma oração perdida.
Que tenho uma oração imperfeita.
Que tenho uma oração vazia.
Que tenho uma oração herética, saudosista, orgástica.
Que não tenho pena de mim.
Que não amo o suficiente.
Que não sei o que é o suficiente.
Que tenho fé e não tenho café.
Meu café é solúvel, e minha fé é o pó.
Pó branco, pó preto, poeira ao sabor do hálito maldito.
Minha prece ao meu santo ateu.
Que tenho café e não tenho fé.
O que digo e expresso é a fé mau dita, maldita, inaudita.
Que tenho café e uma tristeza imensa.
Melancolia... Os passos errados. Os frutos que apodrecem.
Que rogo, seguro o terço e expurgo as bençãos.
Que a meta, virou uma merda. Meta viralizou maldição.
E o que resta, as migalhas da oração perdida, da fé vazia, do profano interesse em cambiar a melancolia em alegria.
quinta-feira, 8 de agosto de 2024
O imposto imposto
O imposto, imposto me deixa sem posto.
Qual meu posto?
Estou disposto?
Não sei em que posto, posto o imposto.
Estou disposto a deixar o posto?
O imposto foi imposto.
E não sei o meu posto, e se posto que não estou disposto.
Estou disposto a sanar o imposto que me foi imposto?
O imposto foi imposto.
Isto posto, fico inerte. Meu imposto segue retido na fonte.
sexta-feira, 10 de maio de 2024
100%
Ser...
100% como homem
100% como marido
100% como pai
100% como profissional
100% como radialista
100% como baterista
100% como filho
100% como amigo
e na maioria existencial do eixo que me compõe sou
99%, 15%, 77%, 97%, 10%, 48%, 1%
O 0% que me falta é o 100% que me ataca.
E o que me cobra? E quem me cobra? E o que se cobra? E onde está a cobra?
Sincera candura infernal, mórbida sensatez celestial.
Como ser? Sou?
sexta-feira, 26 de abril de 2024
Nausea (sartreando)
Náusea
Em nada, sou remediável. Sou náusea.
Sou angústia sombria no telúrico véu da alma nua.
Quão lúgubre se revela meus desejos incautos?
Sou litania satânica, ode infernal.
Sou alma que se perde sem esperança
Que venha a sagrada inspiração do profano.
A ode existencial, derivada dos hinos ínferos. E os homens?
Eis que a náusea se faz presente.
Na evidencia ofuscante, da mera existência.
Constatação consciente de ser existente.
De uma chaga que sufoca, e subitamente traz à baila a ânsia do vomito.
Sou náusea e existo ofuscado por uma doença da consciência repugnante.
Existo condenado a existir. Sou náusea.