segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Tempo
Estava sem tempo,
e o tempo que restava masquei como chiclete sem gosto.
Inerte diante do vernáculo que feriu minha alma..
e nada soube dizer.
O verbo calou minha voz.
Quão podre um corpo no esquife, é a mão que bate na minha face!
Mão que rouba, acaricia e esfaqueia.
Membro falso que sou obrigado a sentir...
Continua sem tempo,
tempo soberbo, para lamentar e gozar...
e raptar a vã sabedoria que é moldada no colo lúgubre da alma pecadora.
O tempo não é puro,
o tempo é sagaz...
como brasa que arde, e queima, arranca os furúnculos de meus membros.
Quero o gozo!!!
Quero o tempo!!!
Tempo aveludado de simplicidade, não o tempo algoz.
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