quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Carta de um pútrido

Sou criatura...
Sou pavor...
Sou terror...
Sou amargura...


Fétido é a teia que amarra,
e límpido é o odor que dela exala.


Sou podridão?
Serei regozijo?
Serei a porra do esperma, objeto do ato egoísta?
Sou luz no vácuo?


E o chaga macula a existência...
Existência marcada pela ignomínia?
Existência marcada pela falsidade?
Existência marcada pela ignorância?
Existência marcada pela maldade?


Minha existência, hoje é maligna...
O que é bendito se tornou escarro.
E o escarro foi espelido... tão doce quanto o pus da alma.


Minha existência não é paisagem... é vertigem... é fedor... é caixão...
Anseio a morte... anseio a amizade com o hades... anseio o fim... anseio o esquife...

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